domingo, 16 de novembro de 2008

Star Wars - Clone Wars - Prós e contras na técnica de animação

Não é a primeira vez que Star Wars vira animação. Além da Saga homônima dirigida por Genndy Tartakovsky e que passou recentemente no Cartoon Network, tivemos também, nos anos 80 a tosca série Droids.

Mas qual seria a grande vantagem de fazer uma animação de um filme live action? Simples: no mundo da animação não existem limites físicos para lutas, ângulos de câmera e o universo de possibilidades é expandido ao infinito. Imaginem essa possibilidade então num universo que já é fantástico por si só.

E Clone Wars atendeu essa expectativa? Em alguns pontos sim, em outros não.

Na cena da primeira batalha com Anakin mostrando toda a sua habilidade contra as máquinas do futuro império dando saltos gigantescos e desvios fora do comum ouvia o próprio Jovem Nerd comentando “Isso sim é que um Jedi”.

É verdade. A animação tornava possível intensificar a habilidade do lutador em relação aos filmes de carne e osso. Com isso as cenas de luta e as viagens de câmera tornavam Clone Wars uma aventura tecnicamente muito boa de ser vista.

Mas vale dizer que, nestes momentos, por se tratarem de movimentos muito rápidos (como a luta entre Anakin e Dooku) e planos muito amplos (todas as batalhas), não era necessário para o animador uma preocupação muito grande com detalhes de movimentos e afins.

E aí é que a coisa ficou um pouco decepcionante. A movimentação dos personagens nas cenas comuns, as caminhadas, nos closes, nos diálogos deixaram a desejar, os personagens ficaram meio robóticos, os movimentos um pouco duros demais.

Faltou uma aplicação que o “professor” John Lasseter sempre fala aos animadores do mundo: Os princípios da animação.

Estes são aquelas regrinhas que falam de aceleração, esmagamento, exageros… claro que não precisavam fazer um Anakin de olhos esbugalhados, mas algumas dessas aplicações feitas de forma bastante leve já dariam aos personagens e a movimentação do filme outra cara e Clone Wars ficaria com menos cara de animação 3d feita para a televisão.

Quanto ao design dos personagens, este sim agradou. Não era pra ser uma simulação do mundo real. Aliás, não faria sentido já que o próprio Lucas fez muito isso na Nova Trilogia.

O objetivo era mostrar que se tratava de uma nova linguagem para Star Wars e os personagens mantiveram um traço caricatural de seus atores originais, com uma textura que lembrava tinta acrílica. Com isso o aspecto dos personagens de Clone Wars lembravam e muito, bonecos pintados a mão.

Mas acredito que a tendência seja melhorar. Foi um dos primeiros trabalhos dessa equipe e pode ser que, caso exista alguma nova empreitada, esse trabalho vá melhorando. Já vimos isso com o ogro Shrek quando compararmos a técnica do primeiro filme com o segundo onde se nota uma evolução grande na movimentação dos personagens.

Aliás, acredito que se tivesse sido lançado na mesma época, esses pontos na animação não seriam tão notados assim.

No final das contas o que importa é o roteiro. O boneco pode ser até de palitinho, mas se a idéia for boa sempre arrancará aplausos do público. E Clone Wars deverá dividir um pouco as opiniões.

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